Para compreender melhor como funciona a “doação de sangue” aos pernilongos mostrada corajosamente no vídeo abaixo, vamos por etapas:
1. Para nutrir seus ovos, a fêmea (e só ela) não hesita em chupar nosso sangue de canudinho — ou melhor, com o seu proboscis, a extensão da sua boca. Por ser serrilhado, esse bico pontiagudo não se encosta direito na pele da vítima e, daí, passa quase despercebido pelos receptores nervosos. Quando a pessoa sente, é tarde: a fêmea já se empanturrou de sangue, até porque aproveita o mesmo proboscis para injetar uma enzima anticoagulante que facilita a tarefa.
2. A enzima, porém, é encarada como um corpo estranho, chamando a atenção de células de defesa, que logo vão acudir. E, como elas correm pelos vasos capilares todas ao mesmo tempo, alguns deles se rompem, deixando escapar o seu líquido. O resultado desse vazamento é o edema, aquela bolota no local da picada, provocando também uma coceira de dar nos nervos.
3. Acredite: o sistema de defesa precisa de dois dias inteiros para quebrar a enzima do pernilongo em pedaços minúsculos, que são eliminados em seguida. Aí os sintomas vão embora de vez. Antes disso você pode conseguir algum alívio com compressas frias ou, ainda, uma pomada antialérgica receitada pelo médico.
Não se preocupe, é preciso 1,12 milhões de picadas como essa para tirar todo o seu sangue. Ou se preocupe, e leve seu BugStop para a trilha.
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Fonte: Renata Cocco, Alergologista