Vou falar um pouco da minha ultima viagem com minha companheira, Rede Adventure Kampa.Tenho estado ausente aqui no Blog pois estou do outro lado do mundo, na Austrália.
Passei uma semana incrivelmente paradisíaca numa remada por arquipélagos na região da Grande Barreira de Corais. Hinchinbrook Island foi o “tema central”, onde passei 3 noites, e depois fui pulando de ilha em ilha. O bacana dessa viagem …Para ler o restante desse relato, clique aqui!
O bacana dessa viagem é que embora seja uma empreitada bem “selvagem”, escolhendo bem a época do ano, ela é uma remada tecnicamente tranquila, com pouco vento, água quente e mar calmo. Não escolha a época errada, pois além de ser a temporada de furacões, há tanta água viva no mar que simplesmente ninguém nada sem roupa ‘a prova de água viva’ por meses. Em qualquer época do ano, esteja preparado para mar de cerca de 1 metro, ventos de até 20 nós e ter que aportar em praias com onda.
Fiz a remada em Julho, inicio da calmaria, e foi show. Passei uma semana praticamente peladão, de tão sem ninguém que a rota é. Fora um ou outro andarilho nas três vezes que sai do caiaque pra caminhar nas trilhas em Hinchinbrook (ela está mostrada no mapa) e um barco de pesca ou outro passando, não vi mais ninguém. Foi uma grata surpresa. Noites em praias desertas sem ninguém, fogueirinha, vinho e nadando com a lua cheia…
Os primeiros 3 dias na costa L de Hinchinbrook Island foram bem curtos, pra dar tempo de fazer as caminhadas e curtir o ambiente da ilha. As cachoeiras e picos são incríveis. Mas o melhor de tudo é o isolamento e o astral dos acampamentos. Dou a dica de escolher praias que são acessíveis só pelo mar, mas não por terra – como há uma trilha famosa na Ilha (que é linda por sinal) há andarilhos nos acampamentos nela – para poder acampar em praias desertas. Quem curte escalar pode levar um rack, pois há milhares de vias (first ascents) a serem escaladas nos costões na beira do mar.
Os outros três dias fui pulando de ilha em ilha, umas travessias de 5 a 8 km, mar semi protegido. As ilhas mais de fora obviamente tem água mais clara, mais fauna marinha e aves marinhas. O astral delas é bem bacana e muda bastante de ilha para ilha.
Muitas, milhões de tartarugas, o mergulho é show de bola e está em quase todo lugar – o bom é que do caiaque é fácil ir olhando e sacar onde vale a pena parar para mergulhar.
As ilhas onde não é permitido desembarcar nem ancorar são melhores, há bancadas bem bacanas. Eu curti pois estando de caiaque, ia onde nenhum outro barco pode ir, pulava na água com mascara, snorkel e nadadeira, “ancorava” o caiaque em mim e seguia no meu mergulho.
Nem pense em circunavegar a Hinchinbrook Island, QLD é região do famoso “salty” o crocodilo australiano de 4 a 6 metros que come gente. Ele se chama na verdade “estuarine crocodiles” por uma razão: onde há estuários, especialmente mangues, é onde eles moram e caçam. E há muitos deles na costa W da Ilha. Mesmo na costa L da Hinchinbrook Island eu não me arriscaria e remar rio adentro nos estuários, pois há resident crocs neles. É ótimo estar em lugares onde não somos o topo da cadeia alimentar, mas se informe antes pra não ter más surpresas.
Para quem se interessar, no website de QLD Parks você encontrará todas as informações sobre camping e permits (é tão organizado que toda a burocracia de onde ir, onde não ir, onde acampar, etc para três parques levou meia hora e fiz tudo pela internet). No website do BOM (Bureau of Methereology) da Austrália encontrará tudo o que precisar sobre condições, previsões e histórico climático da região. Há dois lugares que alugam caiaques em Mission Beach – eu preferi pegar o caiaque lá, arranjar alguém para me deixar onde comecei e remar ate o destino final. Aluguei da Coral Sea Kayak, um cara bem legal, bonachão, apaixonado pela coisa e morando a meio quarteirão do mar.
Paro por aqui deixando o link com mais fotos: (Clique aqui!)
Boas remadas
Fabio Raimo